"QUEM FALA UMA LÍNGUA SABE MUITO MAIS DO QUE APRENDEU" (CHOMSKY)


segunda-feira, 24 de março de 2014

O SER HUMANO COMO UM SER NO MUNDO


ESTE TEXTO FOI ESPECIALMENTE ADAPTADO PARA A TAREFA ORIENTADA EM SALA
O TEXTO ORIGINAL ENCONTRA-SE NO SITE http://www.cespe.unb.br/pas/
Objeto de Conhecimento 1 O SER HUMANO COMO UM SER NO MUNDO


      O que é ser humano? O que torna o ser humano distinto dos seres não humanos? O que aproxima os seres humanos dos demais seres vivos? O que os diferencia? O que é o mundo? Que implicações esses questionamentos acerca do ser humano como um ser no mundo podem trazer à realidade?
         A partir dessas considerações, vários objetos de conhecimento podem orientar debates envolvendo diversas áreas do saber, de modo que a relação entre a escola e os saberes possa ser transformada a partir da contextualização e da interdisciplinaridade dos conhecimentos, com potencialidade para transformar práticas cotidianas ligadas à sociedade em geral e à escola em particular, bem como ao conjunto das práticas humanas.
          Assim, destacamos as perguntas “o que somos e o que podemos nós, seres humanos?”, a fim de fundamentar reflexões vinculadas à existência humana, como um efetivo problema a ser investigado. A filosofia, um modo de saber com características particulares, ainda que não ofereça respostas definitivas para essas perguntas, reflete a respeito delas e, em sua tradição histórica, oferece ricas contribuições para a compreensão da complexidade da existência humana e pode, com isso, fundamentar a elaboração de propostas de intervenções na realidade.
         Entretanto, pensar a existência como problema humano não é postura exclusiva à filosofia; está presente também em obras de arte, A atualidade das questões vinculadas ao conjunto de perspectivas e de respostas formuladas pelos diversos pensadores permite identificar algumas que podem servir para pensar e compreender o presente e fundamentar projetos para o futuro, considerando a diversidade sociocultural como inerente à condição humana no mundo e na história.
          Considerando essa perspectiva, o ser humano é pensado ao mesmo tempo no sentido universal e como experiência particular. Compreende-se, assim, o ser humano como um ser natural, contextualizado no mundo – que, por sua vez, consiste em obra de fabricação humana e, portanto, pode ser entendido como ente artificial e possível de transformação. Seres humanos são localizados no tempo e no espaço, imersos em culturas e saberes já constituídos.
          Entre a plasticidade do mundo e os conjuntos de suas possibilidades, os seres humanos despertam para um mundo existente e para si mesmos, com a possibilidade venham a realizar, no intuito de transformar as realidades particulares e coletivas, como se apreende no poema Oração dos desesperados, de Sérgio Vaz.
         Questões como: “Quem sou?”, “Quem somos nós”?, “O que posso e o que podemos fazer?”, encontram no Artigo 5.o da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, contribuições para a discussão e a compreensão do ser humano inserido no mundo e em seu ordenamento jurídico, assim como no texto Este mundo da injustiça globalizada, de José Saramago.
          
As preferências musicais são, em certos casos, referências para o reconhecimento das pessoas e da expressão do que querem ou não ser. Assim, essas escolhas nem sempre se ligam a critérios musicais, mas ao que a música pode representar para si ou para o grupo sociocultural em que elas se inserem. Essa tendência pode ser observada em Camaro amarelo, com Munhoz e Mariano, um tipo de música que mistura estilos e traz, para o público urbano, elementos da música de origem rural adaptados para padrões de consumo de diversos segmentos de mercado. Em contraste, a canção Cuitelinho, na versão de Pena Branca e Xavantinho, apresenta a cultura rural e sua expressão artística, assim como se observa nas manifestações regionais da congada e da catira.
           A existência humana pressupõe capacidade para desenvolver a consciência de si e dos outros, da vida e da morte, bem como das múltiplas possibilidades e contingências na sua trajetória. Esse ser humano se defronta com possibilidades de liberdade e de autonomia e, em certo sentido, com a busca de autotranscendência, aspectos presentes na canção Vida loka parte II, do grupo Racionais MC’s que, ao problematizar esses temas, contribui para reflexões como o respeito ao corpo e pode chamar a atenção para assuntos como gravidez precoce, interrupção de gravidez, nutrição, uso de drogas, intimidade, afetividade, violência, racismo, sensibilidade, criatividade, gestualidade e sexualidade.
      Este objeto de conhecimento indica um foco existencial em suas preocupações e evidencia a complexidade do que é ser humano. Reflexões sobre o ser humano podem despertar para a necessidade de ampliar conhecimentos e para abordagens além do âmbito deste objeto, redimensionando saberes sobre relações entre indivíduo, cultura e identidade; tipos e gêneros; estruturas; número, grandeza e forma; energia, equilíbrio e movimento; formação do mundo ocidental; ambiente; espaços; e materiais.


CUITELINHO 
PENA BRANCA E XAVANTINHO

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Cheguei na beira do porto
Onde as ondas se espáia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai
Aí quando eu vim de minha terra

Despedi da parentaia
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai
A tua saudade corta
Como aço de navaia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
Os óio se enche d`água
Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai

CAMARO AMARELO
MUNHOZ E MARIANO




Agora eu fiquei do-do-do-do-doce, doce
E agora eu fiquei doce igual caramelo
Tô tirando onda de Camaro amarelo
E agora você diz: vem cá que eu te quero
Quando eu passo no Camaro amarelo
Quando eu passava por você
Na minha CG, você nem me olhava
Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber
Mas nem me olhava
Aí veio a herança do meu véio
E resolveu os meus problemas, minha situação
E do dia pra noite fiquei rico
Tô na grife, tô bonito, tô andando igual patrão
Agora eu fiquei doce igual caramelo
Tô tirando onda de Camaro amarelo
E agora você diz: vem cá que eu te quero
Quando eu passo no Camaro amarelo
E agora você vem, né?
Agora você quer?
Só que agora vou escolher
Tá sobrando mulher




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