ESTE TEXTO FOI ESPECIALMENTE ADAPTADO PARA A TAREFA ORIENTADA EM SALA
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Objeto de Conhecimento 1 O SER HUMANO COMO UM SER NO
MUNDO
O que é ser
humano? O que torna o ser humano distinto dos seres não humanos? O que aproxima
os seres humanos dos demais seres vivos? O que os diferencia? O que é o mundo?
Que implicações esses questionamentos acerca do ser humano como um ser no mundo
podem trazer à realidade?
A partir dessas
considerações, vários objetos de conhecimento podem orientar debates envolvendo
diversas áreas do saber, de modo que a relação entre a escola e os saberes
possa ser transformada a partir da contextualização e da interdisciplinaridade
dos conhecimentos, com potencialidade para transformar práticas cotidianas
ligadas à sociedade em geral e à escola em particular, bem como ao conjunto das
práticas humanas.
Assim, destacamos
as perguntas “o que somos e o que podemos nós, seres humanos?”, a fim de
fundamentar reflexões vinculadas à existência humana, como um efetivo problema
a ser investigado. A filosofia, um modo de saber com características
particulares, ainda que não ofereça respostas definitivas para essas perguntas,
reflete a respeito delas e, em sua tradição histórica, oferece ricas
contribuições para a compreensão da complexidade da existência humana e pode,
com isso, fundamentar a elaboração de propostas de intervenções na realidade.
Entretanto, pensar a
existência como problema humano não é postura exclusiva à filosofia; está
presente também em obras de arte, A atualidade das questões vinculadas ao
conjunto de perspectivas e de respostas formuladas pelos diversos pensadores
permite identificar algumas que podem servir para pensar e compreender o
presente e fundamentar projetos para o futuro, considerando a diversidade
sociocultural como inerente à condição humana no mundo e na história.
Considerando essa
perspectiva, o ser humano é pensado ao mesmo tempo no sentido universal e como
experiência particular. Compreende-se, assim, o ser humano como um ser natural,
contextualizado no mundo – que, por sua vez, consiste em obra de fabricação
humana e, portanto, pode ser entendido como ente artificial e possível de
transformação. Seres humanos são localizados no tempo e no espaço, imersos em
culturas e saberes já constituídos.
Entre a
plasticidade do mundo e os conjuntos de suas possibilidades, os seres humanos
despertam para um mundo existente e para si mesmos, com a possibilidade venham
a realizar, no intuito de transformar as realidades particulares e coletivas,
como se apreende no poema Oração dos desesperados, de Sérgio Vaz.
Questões como: “Quem
sou?”, “Quem somos nós”?, “O que posso e o que podemos fazer?”, encontram no Artigo
5.o da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
contribuições para a discussão e a compreensão do ser humano inserido no mundo
e em seu ordenamento jurídico, assim como no texto Este mundo da injustiça
globalizada, de José Saramago.
As preferências
musicais são, em certos casos, referências para o reconhecimento das pessoas e
da expressão do que querem ou não ser. Assim, essas escolhas nem sempre se
ligam a critérios musicais, mas ao que a música pode representar para si ou
para o grupo sociocultural em que elas se inserem. Essa tendência pode ser
observada em Camaro amarelo, com Munhoz e Mariano, um tipo de música que
mistura estilos e traz, para o público urbano, elementos da música de origem
rural adaptados para padrões de consumo de diversos segmentos de mercado. Em
contraste, a canção Cuitelinho, na versão de Pena Branca e Xavantinho,
apresenta a cultura rural e sua expressão artística, assim como se observa nas
manifestações regionais da congada e da catira.
A
existência humana pressupõe capacidade para desenvolver a consciência de si e
dos outros, da vida e da morte, bem como das múltiplas possibilidades e contingências na
sua trajetória. Esse ser humano se defronta com possibilidades de liberdade e de
autonomia e, em certo sentido, com a busca de autotranscendência,
aspectos presentes na canção Vida loka parte II, do grupo Racionais MC’s
que, ao problematizar esses temas, contribui para reflexões como o respeito ao
corpo e pode chamar a atenção para assuntos como gravidez precoce, interrupção
de gravidez, nutrição, uso de drogas, intimidade, afetividade, violência,
racismo, sensibilidade, criatividade, gestualidade e sexualidade.
Este objeto de conhecimento indica um
foco existencial em suas preocupações e evidencia a complexidade do que é ser
humano. Reflexões sobre o ser humano podem despertar para a necessidade de
ampliar conhecimentos e para abordagens além do âmbito deste objeto,
redimensionando saberes sobre relações entre indivíduo, cultura e identidade;
tipos e gêneros; estruturas; número, grandeza e forma; energia, equilíbrio e movimento;
formação do mundo ocidental; ambiente; espaços; e materiais.
CUITELINHO
PENA BRANCA E XAVANTINHO
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Cheguei na
beira do porto
Onde as ondas
se espáia
As garça dá
meia volta
E senta na
beira da praia
E o cuitelinho
não gosta
Que o botão de
rosa caia, ai, ai, ai
Aí quando eu vim de minha terra
Despedi da
parentaia
Eu entrei no
Mato Grosso
Dei em terras
paraguaia
Lá tinha
revolução
Enfrentei
fortes bataia, ai, ai, ai
A tua saudade
corta
Como aço de
navaia
O coração fica
aflito
Bate uma, a
outra faia
Os óio se enche
d`água
Que até a vista
se atrapaia, ai, ai, ai
CAMARO AMARELO
MUNHOZ E MARIANO
Agora eu fiquei do-do-do-do-doce, doce
E agora eu fiquei doce igual caramelo
Tô tirando onda de Camaro amarelo
E agora você diz: vem cá que eu te quero
Quando eu passo no Camaro amarelo
Quando eu passava por você
Na minha CG, você nem me olhava
Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber
Mas nem me olhava
Aí veio a herança do meu véio
E resolveu os meus problemas, minha situação
E do dia pra noite fiquei rico
Tô na grife, tô bonito, tô andando igual patrão
Agora eu fiquei doce igual caramelo
Tô tirando onda de Camaro amarelo
E agora você diz: vem cá que eu te quero
Quando eu passo no Camaro amarelo
E agora você vem, né?
Agora você quer?
Só que agora vou escolher
Tá sobrando mulher